quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Velho e Guardado: Ensaio sobre a Cegueira (2008)

Neste post da coluna “Velho e guardado” escolhi um filme que assisti recentemente. O filme em questão é “Ensaio sobre a Cegueira”, dirigido por Fernando Meirelles e com atuação de Mark Ruffalo, Julianne Moore e a brasileira Alice Braga. O filme é de 2008, porém é conhecido mais nos Estados Unidos do que no Brasil.

Ensaio sobre Cegueira foi baseado no livro, de mesmo nome, escrito por José Saramago, um escritor de romance português, e foi publicado em 1995. Saramago resistiu ao máximo ceder os direitos autorais para que fosse feito o filme, porém quando assistiu ao filme de Meirelles, disse ter sentido a mesma coisa de quando terminou de escrever o livro.

O filme conta a história de uma epidemia de cegueira que, sem explicações, atinge a população de uma cidade. Está cegueira é denominada “Cegueira Branca”, pois as pessoas infectadas passam a ver apenas uma superfície leitosa. O primeiro “alvo” desta cegueira é um homem no trânsito e, lentamente, se alastra para as pessoas com quem ele teve contato e assim acaba infectando todo o país. Devido a isto, todos os afetados pela “cegueira branca” são colocados em quarentena onde os serviços do Estado começam a falhar e apenas a mulher do médico não foi atingida pela epidemia.

Primeiramente devo dizer que adoro os trabalhos de Mark Ruffalo e Julianne Moore, principalmente o mais recente “Minhas mães e meu pai” onde ambos contracenam juntos. E assim como neste filme, em “Ensaio sobre a Cegueira” eles estão ótimos. Julianne Moore é perfeita para o papel. Só alguém tão grandiosa como ela poderia interpretar com tanta emoção o papel da mulher do médico. E falando nos personagens vale lembrar que nenhum deles tem nome, eles são reconhecidos como: um casal de japoneses (Yusuke Iseya e Yoshino Kimura), um oftalmologista (Mark Ruffalo), uma prostituta (Alice Braga), uma criança (Mitchell Nye), um negro de tapa-olho (Danny Glover), a mulher do oftalmologista (Julianne Moore) e outros.

A partir do momento em que comecei a assistir ao filme, me deparei comparando “Ensaio sobre a Cegueira” com o mais famoso “Eu sou a Lenda”. Porém, os filmes possuem aspectos diferentes na história. “Eu sou a Lenda” fala sobre a busca da cura para aquela doença, já “Ensaio sobre a Cegueira” aborda a “briga”: sociedade x natureza, onde os personagens precisam decidir entre a moral e o instinto.

Para quem já leu meus dois outros posts sabe que sempre falo disto, se tem algo que me chama a atenção em um filme são as cores, os tons, os planos, ou seja, a fotografia. Devo dizer que este filme, para mim, tem uma das melhores fotografias que já vi. Assinada por César Charlone, a fotografia de “Ensaio sobre a Cegueira” faz você se sentir com a “cegueira branca” te deixando mais próximo dos personagens. A ousadia nos planos e nas cores frias dá ao filme um sentimento de vazio e de solidão, o que muitos dos personagens sentem durante a trama.

Outra coisa muito importante neste filme foi o som. Ele acaba tirando nossa atenção em diversos momentos, fazendo com que fiquemos “cegos” para as imagens e prestemos atenção apenas no que está sendo falado ou para algum ruído. Ele utiliza o som como uma ferramenta de ligação de uma seqüência para outra.

O direcionamento de Meirelles neste filme foi crucial. Ele escolheu muito bem a forma de abordar um filme sobre uma situação quase impossível de acontecer, e digo isso porque não sabemos o dia de amanhã. Seja na atuação, na fotografia, na trilha sonora, no design de som, Meirelles conseguiu fazer com que o filme fosse algo real para quem o assistia durante seus 120 minutos de duração.


Dicas:

Eu sou a Lenda

Pra quem gosta de ficções como a de Ensaio sobre a Cegueira, vale à pena conferir “Eu sou a Lenda”, com Will Smith e também com a brasileira Alice Braga. O filme fala sobre um terrível vírus que atinge toda a população de New York menos em Robert Neville, que se tornou imune ao virues e que percorre a cidade em busca de algum sobrevivente.


Minhas Mães e Meu Pai

Este foi um dos melhores filmes que assiste ano passado. Indicado ao Oscar, “Minhas Mães e Meu Pai” trata de um assunto que ainda é muito polemico, a homossexualidade, de uma forma sutil e ao mesmo tempo grandiosa. Além disto, o filme conta com a incrível Annette Bening, que não podia estar melhor.

Da Coluna: CooltureNews - Velho e Guardado

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